Segundo a ONU, a violência obstétrica afeta uma a cada quatro mulheres no Brasil
Ela é uma violência de gênero que afeta gestantes, incluindo mulheres cis e homens trans
Gestantes que mais enfrentam essa violência são as pertencentes à grupos mais vulneráveis: mães solo, com baixa escolaridade e/ou afrodescendentes
No caso das mulheres negras, o racismo é um agravante, que as deixa mais propensas a sofrer com a violência obstetrica
nestes casos, ocorre o chamado racismo obstétrico
como o pré natal, o parto, o aleitamento e/ou o puerpério
A violência obstétrica pode acontecer em diferentes momentos da gestação
Também pode ocorrer em casos de aborto
Uma ação bastante comum nesses momentos é a realização da curetagem (raspagem da parede do útero) sem anestesia
A violência obstétrica pode partir não só de médicos obstetras mas, também, de qualquer outro profissional que preste assistência durante a gestação
Essas agressões podem ser classificadas de três maneiras:
Verbal, psicológica e física
Alguns exemplos são: xingamentos, omissão de informações e submetê-las a procedimentos dolorosos sem anestesia
Também é agressão quando:
É negado o atendimento e/ou a presença de um acompanhante
Também é agressão quando:
São realizados procedimentos desnecessários como episiotomia (corte na área entre a vagina e o ânus) e a Manobra de Kristeller (técnica em que é feita pressão na barriga)
Também é agressão quando:
É feita cesariana em casos que o parto normal não seria um risco para a mãe ou para o bebê
O Brasil está em 2º lugar de locais que mais realizam partos cesarianos no mundo,
ficando atrás somente da República Dominicana
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS):
A cada 100 partos, o ideal é que no máximo 15 deles sejam cesárea
Mas a realidade é bastante distante do indicado
57,7% dos partos no país não são normais
O que equivale a quase quatro vezes MAIS do que o recomendado
Para os planos privados os números são ainda mais altos:
84,76% dos partos são cesariana
Exceto quando há indicação, esse tipo de procedimento pode ser perigoso para a gestante e para o bebê
Por ser uma cirurgia, ela implica maiores riscos de infecções e hemorragias e a recuperação é mais prolongada do que a de partos normais
Para evitar situações como essas, o recomendado por especialistas é realizar o chamado Plano de Parto,
que permite que a gestante liste exigências sobre o que pode ou não ser feito com o seu corpo
Também para garantir o bem-estar das gestantes,
há a opção de contratar uma doula: assistente que oferece suporte emocional durante toda a gravidez